terça-feira, 23 de julho de 2013

Papa Francisco: "Venho em nome de Jesus Cristo para alimentar o amor fraterno em todos os corações"

Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas ovelhas sou conhecido. Jesus . João 10:14
PAPA FRANCISCO abençoa, e cativa, o povo nas ruas do Rio de Janeiro 
"Ide e fazei discípulos entre todas as nações".Jesus 
Com o Amor do Cristo nos olhos e a humildade franciscana nos atitudes, refletindo o imenso amor do Pastor por suas ovelhas, o Papa Francisco cativou a todos.
Sorrindo, o PAPA FRANCISCO acolhe e abençoa os fieis que cercaram seu carro na Av. Presidente Vargas  no centro do Rio de Janeiro - Uma mulher foi levada pelo segurança até a janela do carro e o Papa beijou a criança que estava no colo dela (Foto: Nestor J. Beremblum/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo) 
"Venho em nome de Jesus Cristo para alimentar o amor fraterno em todos os corações" 
"A juventude é a janela pela qual o futuro entra no mundo e, por isso, nos impõe grandes desafios. A nossa geração se demonstrará à altura da promessa contida em cada jovem quando : 

  • souber abrir-lhe espaço; 
  • tutelar as condições materiais e imateriais para o seu pleno desenvolvimento; 
  • oferecer a ele fundamentos sólidos, sobre os quais construir a vida; 
  • garantir-lhe segurança e educação para que se torne aquilo que ele pode ser; 
  • transmitir-lhe valores duradouros pelos quais a vida mereça ser vivida, 
  • assegurar-lhe um horizonte transcendente que responda à sede de felicidade autêntica, suscitando nele a criatividade do bem; 
  • entregar-lhe a herança de um mundo que corresponda à medida da vida humana; 
  • despertar nele as melhores potencialidades para que seja sujeito do próprio amanhã e corresponsável do destino de todos.

Cristo “bota fé” nos jovens e confia-lhes o futuro de sua própria causa: “Ide, fazei discípulos”. Ide para além das fronteiras do que é humanamente possível e criem um mundo de irmãos. 


Integra do Primeiro discurso do Papa no Brasil 
22 de julho de 2013 
"Senhora Presidenta, Ilustres Autoridades, Irmãos e amigos!
Quis Deus na sua amorosa providência que a primeira viagem internacional do meu Pontificado me consentisse voltar à amada América Latina, precisamente ao Brasil, nação que se gloria de seus sólidos laços com a Sé Apostólica e dos profundos sentimentos de fé e amizade que sempre a uniram de modo singular ao Sucessor de Pedro. Dou graças a Deus pela sua benignidade.
Aprendi que para ter acesso ao Povo Brasileiro, é preciso ingressar pelo portal do seu imenso coração; por isso permitam-me que nesta hora eu possa bater delicadamente a esta porta.
Peço licença para entrar e transcorrer esta semana com vocês. Não tenho ouro nem prata, mas trago o que de mais precioso me foi dado: Jesus Cristo! Venho em seu Nome, para alimentar a chama de amor fraterno que arde em cada coração; e desejo que chegue a todos e a cada um a minha saudação: “A paz de Cristo esteja com vocês!”
Saúdo com deferência a senhora presidenta e os ilustres membros do seu governo. Obrigado pelo seu generoso acolhimento e por suas palavras que externaram a alegria dos brasileiros pela minha presença em sua Pátria. 
Cumprimento também o senhor governador deste Estado, que amavelmente nos recebe na sede do governo, e o senhor prefeito do Rio de Janeiro, bem como os Membros do Corpo Diplomático acreditado junto ao governo brasileiro, as demais autoridades presentes e todos quantos se prodigalizaram para tornar realidade esta minha visita.
Quero dirigir uma palavra de afeto aos meus irmãos no Episcopado, sobre quem pousa a tarefa de guiar o Rebanho de Deus neste imenso País, e às suas amadas igrejas particulares. 
Esta minha visita outra coisa não quer senão continuar a missão pastoral própria do Bispo de Roma de confirmar os seus irmãos na Fé em Cristo, de animá-los a testemunhar as razões da Esperança que d’Ele vem e de incentivá-los a oferecer a todos as inesgotáveis riquezas do seu Amor.
O motivo principal da minha presença no Brasil, como é sabido, transcende as suas fronteiras. Vim para a Jornada Mundial da Juventude. Vim para encontrar os jovens que vieram de todo o mundo, atraídos pelos braços abertos do Cristo Redentor. Eles querem agasalhar-se no seu abraço para, junto de seu Coração, ouvir de novo o seu potente e claro chamado: "Ide e fazei discípulos entre todas as nações".
Estes jovens provêm dos diversos continentes, falam línguas diferentes, são portadores de variadas culturas e, todavia, em Cristo encontram as respostas para suas mais altas e comuns aspirações e podem saciar a fome de verdade límpida e de amor autêntico que os irmanem para além de toda diversidade.
Cristo abre espaço para eles, pois sabe que energia alguma pode ser mais potente que aquela que se desprende do coração dos jovens quando conquistados pela experiência da sua amizade. Cristo “bota fé” nos jovens e confia-lhes o futuro de sua própria causa: “Ide, fazei discípulos”. Ide para além das fronteiras do que é humanamente possível e criem um mundo de irmãos. Também os jovens “botam fé” em Cristo. Eles não têm medo de arriscar a única vida que possuem porque sabem que não serão desiludidos.
Ao iniciar esta minha visita ao Brasil, tenho consciência de que, ao dirigir-me aos jovens, falarei às suas famílias, às suas comunidades eclesiais e nacionais de origem, às sociedades nas quais estão inseridos, aos homens e às mulheres dos quais, em grande medida, depende o futuro destas novas gerações.
Os pais usam dizer por aqui: “os filhos são a menina dos nossos olhos”. Que bela expressão da sabedoria brasileira que aplica aos jovens a imagem da pupila dos olhos, janela pela qual entra a luz regalando-nos o milagre da visão! O que vai ser de nós, se não tomarmos conta dos nossos olhos? Como haveremos de seguir em frente? O meu auspício é que, nesta semana, cada um de nós se deixe interpelar por esta desafiadora pergunta.
A juventude é a janela pela qual o futuro entra no mundo e, por isso, nos impõe grandes desafios. A nossa geração se demonstrará à altura da promessa contida em cada jovem quando souber abrir-lhe espaço; tutelar as condições materiais e imateriais para o seu pleno desenvolvimento; oferecer a ele fundamentos sólidos, sobre os quais construir a vida; garantir-lhe segurança e educação para que se torne aquilo que ele pode ser; transmitir-lhe valores duradouros pelos quais a vida mereça ser vivida, assegurar-lhe um horizonte transcendente que responda à sede de felicidade autêntica, suscitando nele a criatividade do bem; entregar-lhe a herança de um mundo que corresponda à medida da vida humana; despertar nele as melhores potencialidades para que seja sujeito do próprio amanhã e corresponsável do destino de todos.
Concluindo, peço a todos a delicadeza da atenção e, se possível, a necessária empatia para estabelecer um diálogo de amigos. 
Nesta hora, os braços do Papa se alargam para abraçar a inteira nação brasileira, na sua complexa riqueza humana, cultural e religiosa. Desde a Amazônia até os pampas, dos sertões até o Pantanal, dos vilarejos até as metrópoles, ninguém se sinta excluído do afeto do Papa. 
Depois de amanhã, se Deus quiser, tenho em mente recordar-lhes todos a Nossa Senhora Aparecida, invocando sua proteção materna sobre seus lares e famílias. 
Desde já a todos abençoo. 
Obrigado pelo acolhimento!"
Papa Francisco
Rio de Janeiro, 22 de julho de 2013

Sou marcado desde sempre
com o sinal do Redentor,
que sobre o monte, o Corcovado,
abraça o mundo com Seu amor.

Cristo nos convida:
"Venham, meus amigos!"
Cristo nos envia:
"Sejam missionários!"

Juventude, primavera:
esperança do amanhecer;
quem escuta este chamado
acolhe o dom de crer!
Quem nos dera fosse a terra,
fosse o mundo todo assim!
Não à guerra, fora o ódio,
Só o bem e paz a não ter fim.

Do nascente ao poente,
nossa casa não tem porta,
nossa terra não tem cerca,
nem limites o nosso amor!
Espalhados pelo mundo,
conservamos o mesmo ardor.
É Tua graça que nos sustenta
nos mantém fiéis a Ti, Senhor!

Atendendo ao Teu chamado:
"Vão e façam, entre as nações,
um povo novo, em unidade,
para mim seus corações!"
Anunciar Teu Evangelho
a toda gente é transformar
o velho homem em novo homem
em mundo novo que vai chegar.

Um comentário:

Anônimo disse...

Se posso comentar, brevemente, comparando os discursos de Dilma e de FRancisco. Diria que o discurso da presidenta foi menos autentico e assumiu mais responsabilidades do que se pensava que lhe seriam cobradas. Isto e', pretendeu dar legitimidade aos atos das ruas, porque corresponderiam ao programa dos Governos de Lula e seu proprio. Pretendeu representar aqueles que protestam. Evidentemente que nao ha' correspondencia ou verdade em tal representacao ou assimilacao. Pois se fosse assim, nao haveria protestos.
Claro, se ha' pretensao de estabelecer tal assimilacao e abrir espaco verdadeiro 'a critica e representacao, entao, excelente. Mas nao e' algo que se de agora e depende de acoes concretas.
Ja' no discurso do papa, nao houve representacao, mas respeito aos jovens, uma parcela da populacao que esta' ai' para ser conquistada, com acoes serias. Ele disse dos jovens na terceira pessoa, autenticamente, Falou de si como papa e como chefe da igreja (ou de estado). Assimilou jovens e futuro. Ao dizer isso, nao pretendeu traduzir o discurso dos jovens nas ruas a um programa de governo (ao contrario de Dilma). Pois, com sinceridade, o papa entende - nao poderia ser diferente - que o futuro e' a salvacao, tracada pelo discurso daquele que ele, papa, representa, Jesus Cristo (que disse que era trazido por ele).
Portanto, um choque de secularizacao e sagrlizacao.
O Brasil e os jovens... somos nos.Alfredo Attié - via facebook