Mensagem recebida via Facebook
De Senador Pedro Simon
Uma tarefa para a compreensão democrática
ARTIGO publicado no JORNAL DO BRASIL em 18/06/2013
Uma tarefa para a compreensão democrática
Senador Pedro Simon*
Um
sentimento de revolta juvenil percorre o país.
Manifestações
que se iniciam com uma reivindicação objetiva de redução das tarifas de ônibus,
transformam-se em mobilizações que arrastam milhares de jovens sob as mais
diversas bandeiras.
Mensagens
que pedem educação e saúde de qualidade e bradam contra a corrupção e a
impunidade, além de protestos contra o gasto excessivo na construção de
estádios de futebol também animam uma juventude que muitos vinham considerando
amorfa e sem interesse por questões da coletividade.
Até aqui, acompanhamos as ocupações de praças e prédios públicos na Europa e nos Estados Unidos, atos públicos de protesto em toda a parte, movimentos compostos em expressiva maioria por jovens desempregados, revelaram a face mais cruel da crise econômica mundial. Crise essa que jogou na incerteza uma geração acostumada ao bem-estar, amparada por políticas sociais inclusivas conquistadas um século atrás por lutas sociais mais duras do que as de hoje.
No Brasil do pleno emprego e da distribuição de renda, a juventude também experimenta a inquietação.
Até aqui, acompanhamos as ocupações de praças e prédios públicos na Europa e nos Estados Unidos, atos públicos de protesto em toda a parte, movimentos compostos em expressiva maioria por jovens desempregados, revelaram a face mais cruel da crise econômica mundial. Crise essa que jogou na incerteza uma geração acostumada ao bem-estar, amparada por políticas sociais inclusivas conquistadas um século atrás por lutas sociais mais duras do que as de hoje.
No Brasil do pleno emprego e da distribuição de renda, a juventude também experimenta a inquietação.
O que querem nossos jovens? Estudiosos se apressam em analisar as camadas mais profundas dessa inconformidade e da motivação em participar de atos de protesto que atemorizam as autoridades e provocam reação completamente desmedida da polícia.
A revolta é praticamente espontânea, convocada pelas redes sociais na internet. Os líderes são desconhecidos e estão fora da iniciativa os sindicatos e entidades estudantis tradicionais, setores que organizam historicamente as manifestações e atos reivindicatórios.
Essa situação nova, que intriga e
inquieta a sociedade é marcada por um sentimento de frustração política e
existencial.
Os jovens não confiam em seus representantes institucionais.
É
grande a distância entre o desejo das ruas e os debates conservadores no
Parlamento, o que é decidido pelos governos ou o que é julgado nos tribunais.
Apelos ao bom senso e justificativas para o alto preço do transporte coletivo
não sensibilizam os manifestantes.
Existe um risco implícito na repressão violenta e indiscriminada e na condenação liminar dos protestos. Deles, podem surgir soluções para problemas antigos ou um caldo de cultura propício a aventuras radicais.
Existe um risco implícito na repressão violenta e indiscriminada e na condenação liminar dos protestos. Deles, podem surgir soluções para problemas antigos ou um caldo de cultura propício a aventuras radicais.
A
humanidade já viveu extremos indesejáveis, tempos que não quer repetir.
Canalizar
essa energia e entender os motivos mais profundos da rebeldia juvenil é
tarefa para a inteligência e para a compreensão democrática.
Não
é assunto para a polícia.
*Pedro Simon é senador pelo PMDB-RS
*Pedro Simon é senador pelo PMDB-RS
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