terça-feira, 1 de janeiro de 2013

BENÇÃO DO DIA MUNDIAL DA PAZ : “Bem-aventurados os obreiros da paz”. Papa Bento XVI

“Bem-aventurados os obreiros da paz”. 

"O homem é feito para a Paz , dom de Deus,

que requer também ação do homem": 

Papa Bento XVI 

Missa de 1 de janeiro de 2013 

Dia Mundial da Paz

No primeiro dia de 2013 Bento XVI celebrou de manhã, na basílica de São Pedro, a Missa da solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, 46.º Dia Mundial da Paz. 
Uma celebração com a máxima solenidade, com a presença dos Embaixadores dos países representados junto da Sé Apostólica de Roma. 
Na homilia, Bento XVI, entremeou os comentários às leituras desta celebração litúrgica com referências à sua mensagem para este Dia Mundial da Paz.
Maria Santíssima, Mãe de Jesus e nossa Mãe,
SANTA MARIA , RAINHA DA PAZ - INTERCEDEI POR NÓS 
 Queridos irmãos e irmãs!
«Que Deus nos dê a sua graça e a sua bênção, e sua face resplandeça sobre nós». Assim aclamamos com as palavras do Salmo 66, depois de termos escutado, na primeira leitura a antiga bênção sacerdotal sobre o povo da aliança. 
É particularmente significativo que, no início de cada ano novo Deus projete sobre nós, seu povo, o brilho do seu santo Nome, o Nome que é pronunciado três vezes na fórmula solene da bênção bíblica.
Não menos significativo é o fato de que seja dado ao Verbo de Deus - que «se fez carne e habitou entre nós», como «a luz de verdade que ilumina todo ser humano» (Jo 1, 9.14) -, oito dias depois seu natal - como nos narra o Evangelho de hoje - o nome de Jesus (cf. Lc 2, 21).

É nesse nome que nós estamos aqui reunidos. Saúdo cordialmente todos os presentes, a começar pelos ilustres Embaixadores do Corpo Diplomático acreditado junto da Santa Sé. Saúdo com afeto o Cardeal Bertone, meu Secretário de Estado e ao Cardeal Turkson, com todos os membros do Conselho Pontifício Justiça e Paz; sou-lhes particularmente grato por seus esforços na difusão da Mensagem para o Dia Mundial da Paz, que este ano tem como tema “Bem-aventurados os obreiros da paz”.
Embora o mundo, infelizmente, ainda esteja marcado com «focos de tensão e conflito causados por crescentes desigualdades entre ricos e pobres, pelo predomínio duma mentalidade egoísta e individualista que se exprime inclusivamente por um capitalismo financeiro desregrado», além de diversas formas de terrorismo e criminalidade, estou convencido de que «as inúmeras obras de paz, de que é rico o mundo, testemunham a vocação natural da humanidade à paz. Em cada pessoa, o desejo de paz é uma aspiração essencial e coincide, de certo modo, com o anelo por uma vida humana plena, feliz e bem sucedida. Por outras palavras, o desejo de paz corresponde a um princípio moral fundamental, ou seja, ao dever-direito de um desenvolvimento integral, social, comunitário, e isto faz parte dos desígnios que Deus tem para o homem. Na verdade, o homem é feito para a paz, que é dom de Deus. Tudo isso me sugeriu buscar inspiração, para esta Mensagem, às palavras de Jesus Cristo: “Bem-aventurados os obreiros da paz, porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5, 9)» (Mensagem, 1). Esta bem-aventurança «diz que a paz é, simultaneamente, dom messiânico e obra humana.... é paz com Deus, vivendo conforme à sua vontade; é paz interior consigo mesmo, e paz exterior com o próximo e com toda a criação» (Ibid., 2 e 3). Sim, a paz é bem por excelência que deve ser invocado como um dom de Deus e, ao mesmo tempo, que deve ser construído com todo o esforço. 
Podemos perguntar-nos: qual é o fundamento, a origem, a raiz dessa paz? Como podemos sentir em nós a paz, apesar dos problemas, da escuridão e das angústias? A resposta nos é dada pelas leituras da liturgia de hoje.
Os textos bíblicos, a começar pelo Evangelho de Lucas, há pouco proclamado, nos propõe a contemplação da paz interior de Maria, a Mãe de Jesus. Durante os dias em que «deu à luz o seu filho primogênito» (Lc 2,7), Maria deve de afrontar muitos acontecimentos imprevistos: não só o nascimento do Filho, mas antes a árdua viagem de Nazaré à Belém; não encontrar um lugar no alojamento; a procura de um abrigo improvisado no meio da noite; e depois o cântico dos anjos, a visita inesperada dos pastores. Maria, no entanto, não se perturba com todos estes fatos, não se agita, não se abala com acontecimentos que lhe superam; Ela simplesmente considera, em silêncio, tudo quanto acontece, guardando na sua memória e no seu coração, refletindo com calma e serenidade. 
É esta é a paz interior que queremos ter em meio aos acontecimentos às vezes tumultuosos e confusos da história, acontecimentos cujo sentido muitas vezes não conseguimos compreender e que nos deixam abalados.
A passagem do Evangelho termina com uma menção à circuncisão de Jesus. Conforme a Lei de Moisés, oito dias após o nascimento, o menino devia ser circuncidado, e nesse momento lhe era dado o nome. O próprio Deus, através de seu mensageiro, dissera a Maria - e também a José – que o nome a ser dado para a criança era “Jesus” (cf. Mt 1, 21; Lc 1, 31), e assim aconteceu. 
Aquele nome que Deus já tinha estabelecido antes mesmo que o Menino fosse concebido, lhe é dado oficialmente no momento da circuncisão. 
E isto marca definitivamente a identidade de Maria: ela é “a mãe de Jesus”, ou seja a mãe do Salvador, do Cristo, do Senhor. Jesus não é um homem como qualquer outro, mas é o Verbo de Deus, uma das Pessoas divinas, o Filho de Deus: por isso a Igreja deu a Maria o título de Theotokos, ou seja, “Mãe de Deus”.
A primeira leitura nos recorda que a paz é um dom de Deus e está ligada ao esplendor da face de Deus, de acordo com o texto do Livro dos Números, que transmite a bênção usada pelos sacerdotes do povo de Israel nas assembléias litúrgicas. Uma bênção que por três vezes repete o santo Nome de Deus, o nome impronunciável, ligando a cada repetição o santo Nome a dois verbos que indicam uma ação em favor do homem: «O Senhor te abençoe e te guarde. O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face, e se compadeça de ti. O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz» (6, 24-26). A paz é, portanto, o ponto culminante dessas seis ações de Deus em nosso favor, em que Ele nos dirige o esplendor da sua face.
Para a Sagrada Escritura, a contemplar a face de Deus é a felicidade suprema: «o cobristes de alegria em vossa face», diz o salmista (Sl 21, 7). Da contemplação da face de Deus nascem alegria, paz e segurança. Mas o que significa concretamente contemplar a face do Senhor, tal como se entende no Novo Testamento? Significa conhecê-Lo diretamente, tanto quanto é possível nesta vida, através de Jesus Cristo, no qual Deus se revelou. Deleitar-se com o esplendor da face de Deus significa penetrar no mistério de seu Nome manifestado a nós por Jesus, compreender algo da sua vida íntima e da sua vontade, para que possamos viver de acordo com seu designio de amor para a humanidade.
O apóstolo Paulo expressa justamente isso na segunda leitura, da Carta aos Gálatas (4, 4-7), afirmando que do Espírito, que no íntimo dos nossos corações, clama: «Abá! Ó Pai». É o clamor que brota da contemplação da verdadeira face de Deus, da revelação do mistério do Nome. 
Jesus diz: «Manifestei o teu nome aos homens» (Jo 17, 6). O Filho de Deus feito carne nos deu a conhecer o Pai, nos fez perceber no seu rosto humano visível a face invisível do Pai; através do dom do Espírito Santo derramado em nossos corações, nos fez conhecer que n’Ele nós também somos filhos de Deus, como diz São Paulo na passagem que escutamos: «Porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho, que clama: Abá! Ó Pai» (Gal 4, 6).
Queridos irmãos e irmãs, eis o fundamento da nossa paz: a certeza de contemplar em Jesus Cristo o esplendor da face de Deus, de ser filhos no Filho e ter, assim, na estrada da vida, a mesma segurança que a criança sente nos braços de um Pai bom e onipotente. 
O esplendor da face do Senhor sobre nós, que nos dá a paz, é a manifestação da sua paternidade; o Senhor dirige sobre nós a sua face, se mostra como Pai e nos dá a paz. Aqui está o princípio daquela paz profunda - «paz com Deus» - que está intimamente ligada à fé e à graça, como escreve São Paulo aos cristãos de Roma (Rm 5, 2). Nada pode tirar daqueles que creem esta paz, nem mesmo as dificuldades e os sofrimentos da vida. De fato, os sofrimentos, as provações e a escuridão não corroem, mas aumentam a nossa esperança, uma esperança que não decepciona, porque "o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado" (Rm 5, 5).
Que a Virgem Maria, que hoje veneramos com o título de Mãe de Deus, nos ajude a contemplar a face de Jesus, Príncipe da Paz. Que Ela nos ajude e nos acompanhe neste novo ano; que Ela obtenha para nós e para o mundo inteiro o dom da paz. Amém!
Papa Bento XVI - Missa do dia 01 de janeiro de 2013 
dia MUNDIAL da Paz - Dia de Veneração à VIRGEM MARIA
MÃE DE DEUS - RAINHA DA PAZ 
DEBAIXO DE VOSSA PROTEÇÃO NOS REFUGIAMOS  SANTA MÃE DE DEUS  

Hoje é o dia da Solenidade de Maria, Mãe de Deus. 
Rezemos pedindo a intercessão de Nossa Senhora sobre este novo ano que se inicia:

Maria, nossa Mãe querida, tomai-nos pela mão e nos conduzi a Deus. 
Ficai conosco em todos os momentos, pois o vosso amor materno é para sempre. 
Nas horas difíceis, sede nossa Protetora, nos sofrimentos, sede nosso Socorro. Pressionados e sem saída, abri-nos a porta das soluções. 
Dispersos e errantes, amparai-nos com vosso manto. 
Nas noites escuras, sede nossa Estrela-guia. 
Nas adversidades, não permitais que vacilemos. 
Conturbações e desaventos jamais perturbem nossa firme confiança em Deus. 
Retirai de nosso rosto a sombra de tristeza. 
Nessa era de violência, dai-nos um tempo de graça em que a paz já não seja sonho, mas promessa realizada. 
Intercedei por nós, ó Virgem, junto ao Pai, 
que em Jesus se encarnou em vosso seio. 
Plenificai-nos com os dons do Espírito Santo, 
fogo divino que vos iluminou. 
Amém. 
Padre Robson de Oliveira 01 jan 2013 - via Facebook
“Eva atou o nó da desgraça para o gênero humano;
Maria por sua obediência o desatou”.
Abade e doutor da Igreja,
Lembrai-vos, ó piíssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que recorreram à Vossa proteção, e imploraram o vosso socorro, fosse por Vós desamparado. 
Animado, pois, com igual confiança, a Vós, Virgem entre todas singular, como a Mãe recorro, de Vós me valho, e, gemendo sob os pesos dos meus pecados, me prostro a Vossos pés. 
Não rejeiteis as minhas súplicas. ò Mãe do Filho de Deus humanado, dignai-Vos de as ouvir propícia e de me alcançar o que Vos peço. Amém.


Ó tu, quem quer que sejas, que nas correntezas deste mundo te apercebas: antes ser arrastado entre procelas e tempestades do que andando sobre a terra, desviares os olhos desta Estrela, se não queres afogar-te nessas águas.
Se se levantam os ventos das tentações, se cais nos escolhos dos grandes sofrimentos, olha a Estrela, invoca Maria. 
Se as iras, ou avareza, ou os prazeres carnais se abaterem sobre tua barca, olha para Maria.
Se, perturbado pelas barbaridades de teus crimes, se amedrontado pelo horror do julgamento, começas a ser sorvido em abismos de tristeza e desespero, pensa em Maria.
Nos perigos, nas angústias, nas dúvidas, olha para a Estrela, pensa em Maria, invoca Maria. 
Que ela não se afaste de teus lábios, não se afaste de teu coração. 
E, para que possas pedir o auxílio de sua oração, não esqueças o exemplo de sua vida. 
Seguindo-a, não te desviarás; suplicando-lhe, não desesperarás; pensando nela, não errarás. 
Se ela te segurar, não cairás; se te proteger, não terás medo; se ela te conduzir, não te fatigarás; se estiver do teu lado, chegarás ao fim. 
E assim experimentarás em ti mesmo quanto é verdade aquilo que foi dito: 

“E o nome da Virgem era Maria” .



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