domingo, 25 de setembro de 2011

Preconceito e Ganância: As Raízes dos Falsos Condomínios e a Privatização do Espaço Público

PARABENIZAMOS a Equipe Mobilização Comunitária Litoral Norte da Bahia pelo EXCELENTE TRABALHO  

Amigos(as) e Companheiros(as)

É com grande satisfação que disponibilizamos a todos o documentário, Preconceito e Ganância: As Raízes dos Falsos Condomínios e a Privatização do Espaço Público. Feito de forma independente e com participação de vários líderes comunitários, o documentário mostra as privatizações de praias e terras públicas no Litoral Norte da Bahia.

Abaixo encontre 11 links, em ordem, de cada capítulo. Em breve estaremos dando uma cópia do documentário a todas as pessoas que participaram das entrevistas e entidades envolvidas.

Esse trabalho não teria sido possível sem o compromisso, corajem e união de todos. Divulguem, essa é nossa arma!!

União é força!

Até mais,
Roberval e Equipe Mobilização Comunitária Litoral Norte da Bahia
http://mobilizacaocomunitarialitoralnorte.blogspot.com/









Enviado por  em 23/09/2011
Num processo de repetição dos piores aspectos da história do Brasil, as prefeituras das cidades de Camaçari e Lauro de Freitas na Bahia estão sendo cúmplices na privatização ilegal de terras públicas , praias, rios e lagoas para o benefício de grupos particulares. Loteamentos, que são áreas públicas transformam-se da noite pro dia em imensos condomínios ilegais. Condomínios esses sem registro em cartório. É o que chamamos aqui de Falsos Condomínios.
Fruto de trabalho de quase dois anos, feito de forma independente e com a participação de vários líderes comunitários, o documentário, Preconceito e Ganância: As Raízes dos Falsos Condomínios e a Privatização de Espaço Públio, mostra essas apropriações ilegais do ponto da sociedade afetada.
Essa história é contada pelas pessoas envolvidas. Ativistas comunitários e cidadãos vÍtimas dessas barbaridades, praticadas por Falsos Condomínios que se cansaram de terem seus direitos violados e juntaram-se para denunciar esse esquema de enriquecimento ilícito, apropriação ilegal de bens público e exigir o direito de ir e vir em território nacional.

Direção Geral: Roberval de Oliveira
Pré-produção: Francisco Assis Silva
Filmagens e edição: Lenadro Sodré
Duração: 70 minutos
Apoio: Diáspora Solidária

Categoria:

Palavras-chave:

    ASSISTAM A SEQUENCIA DOS VIDEOS DA MOBILIZAÇÂO COMUNITARIA 

    1. http://www.youtube.com/watch?v=Rkol3QuSDek
    2. http://www.youtube.com/watch?v=9EMpVVeThAo
    3.http://www.youtube.com/watch?v=rLdFqprpzww
    4.http://www.youtube.com/watch?v=_2-j8qZpss4
    5. http://www.youtube.com/watch?v=DcCI68m4Hew
    6. http://www.youtube.com/watch?v=4iScuExZSJY
    7.http://www.youtube.com/watch?v=grvnv4t3Khg
    8.http://www.youtube.com/watch?v=xzpfHvBpXjw
    9.http://www.youtube.com/watch?v=hVy4pU4notg
    10.http://www.youtube.com/watch?v=SGUeSeXcq0Y
    11.http://www.youtube.com/watch?v=ivmmWgn5_Qk

    LEIAM TAMBEM :

    República Já: A Ilegalidade e a Exclusão Social dos Falsos Condomínios

    Sob a base de todo um desenvolvimento histórico-estrutural que vamos pressupor e  não analisar aqui, a região de Nova Lima configura uma situação de desenvolvimento econômico e sócio-politico muito limitado. É a herança marcada pela economia da extração do ouro que sempre deixou  o povo à margem da sociedade. Quem quiser se deter nesse estudo, deve procurar as obras mais meditadas sobre o nosso desenvolvimento econômico e histórico- político, como o precioso  Formação Ecônomica do Brasil, de Celso Furtado.
    O desenvolvimento piramidal da economia do ouro, o   predomínio solitário  de tradicionais elites muito restritas, um comercio muito pouco desenvolvido e camadas populares marginalizadas, marcam fundamentalmente o quadro onde se instalam os falsos condomínios que nos ocupam, hoje, na região de Nova Lima.
    A região está sendo ocupada velozmente por setores da classe média  ou mais ricos que a elegeram como seu novo eldorado para a moradia. Grande parte desse contingente populacional é advindo  da grande BH, fugindo do caos urbano,  em busca de segurança e supostamente, de uma melhor qualidade de vida.
    As mineradoras, compensando a  crise da mineração que fez, solitariamente, a sua economia no passado, passaram a vender parte de seus extensos terrenos, propiciando a construção dos chamados condomínios horizontais que se multiplicam depois de alguns anos. Os terrenos que ficaram historicamente sempre fechados, sob a vigilância muito estrita de guarda militarizadas das mineradoras, continuarão, desse modo, excluindo da forma mais acintosa a população mais pobre. O povo, em Nova Lima e região que nunca simpatizou com os condomínios, vê  e fala claro sobre isto. Ele diz que o que os falsos condomínios querem é isolar os ricos em áreas privilegiadas e relegar os mais pobres em áreas de risco e/ou abandonadas.
    Os falsos condomínios são  áreas em processo de privatização ilegal, ocupadas sob o mando de setores socialmente privilegiados, impondo seu jugo sob a tutela ou em aliança com administradoras de condomínio,  que estendem seu mando “administrativo” sobre extensas “propriedades”. Elas contam, certamente, com o beneplácito ou tolerância de administrações políticas ou prefeituras  muito tímidas ou mesmo impotentes que não são capazes que estabelecer, na região, os limites da lei. O resultado é socialmente desastroso: no afã fascista de impor-se privadamente  em áreas públicas, elas ocupam  ruas, praças, bairros e áreas de uso comunitário. Pretendem excluir seus “domínios” da ação do Estado – limpeza, administração, segurança, etc.  E  os custos dessa usurpação são impostos aos moradores sob a forma de um 2 segundo Imposto, além do IPTU, ou seja, taxas elevadas que são objeto de cobrança judicial! O judiciário que por longo tempo apoiou toda esta arbitrariedade, passou, ultimamente, sob o impulso do nosso movimento anti-privatizante, a dar, saltuariamente, ainda, ganho de causa aos discordantes.
    O movimento privatizante pretende fechar hermeticamente as áreas em que moram seus associados. Utilizam-se, para isto, descaradamente, de todos os meios: cercas de arame farpado, telas, muros, guaritas e seguranças que usam carros e motocicletas.  Modificam, desse modo, as  vias de comunicação tradicionais, fechando ruas, invadindo espaços que sempre foram utilizados como áreas de lazer ou de passagem pelas populações circunvizinhas. Perseguem com tenacidade por vezes militar o objetivo de guetizar as localidades em que vivem e excluir delas todos os que, por razões econômicas ou outras, não aceitam esse processo iníquo.
    No bairro Ouro Velho, em Nova Lima, a semelhança do que ocorre em vários outros lugares, a liderança do processo usurpador, é arbitrária e mesmo violenta. Os funcionários mais obedientes aos seus patrões  da oligarquia local,  fazem e desfazer das coisas a seu bel prazer.  O trânsito é visto com os olhares criminalizantes das administradoras que quer impor a sua filosofia e política de ordem e força a todos os moradores e isolar discriminatoriamente os adversários que eles chamam de inimigos. Manifestam muito mau humor em relação a um ônibus que atravessa o bairro já que, dispondo dos direitos da concessão pública,  não pode ser fiscalizados privadamente e desmoraliza, dessa modo, a sua política de segurança. Impõem sempre, agora, a semelhança de outros lugares, uma tarjeta a ser adotada por qualquer veículo de não moradores ou visitantes como permissão de trânsito na área do bairro. O trânsito na entrada do bairro vive engarrafado por um taxi ou um caminhão de tijolos parado na “portaria” à espera da liberação de seus documentos! Os “dissencientes”  contrários às taxas ilegais do segundo impostos das oligarquias locais, são chamados de modo difamatório de “não pagantes”.
    Os seguranças, atuam, assim, como policiais contra os “inimigos” dos coronéis locais. Defendem, no entanto, com unhas e dentes,  os proprietários mais ricos do bairro.  Os  porteiros mais fiéis a seus patrões não aceitam, na entrada do bairro, nenhuma encomenda, mais insignificante que seja, a ser entregue a um morador que eles chamam de “dissenciente”.
    Esta situação não é isolada. No Bairro Jardins de Petrópolis que tem também uma associação, co-irmã da di Bairro Ouro Velho, que se chama, também de “Associação do Condomínio” embora esta não seja a realidade local. Lá também a discriminação dos moradores dissenciantes seja igual. Segundo denúncias que recebemos até a correspondência judicial é ali boicotada!
    Um fato emblemático  ocorreu nos últimos dias, no  Bairro Ouro Velho. A prefeitura mandou para uma área  do bairro Ouro Velho, um trator para iniciar os trabalhos de abertura de uma rua. Contrariando a programação administrativa  já estabelecida de longa data,  um dos líderes do “Condomínio”,  discordando da medida de abertura da rua, colocou o seu carro acintosamente estacionado na frente do trator. O gesto, afrontando abertamente a lei, mobilizou os interessados que apoiaram a continuidade do trabalho e a rua foi, finalmente,  aberta.
    Todo este quadro indica como a república não chegou em tantos lugares do país como Nova Lima. A luta democrática na região  é uma batalha pela república e contra a oligarquia.

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